Agora é oficial: a Netflix está virando TV a cabo

Netflix com canais lineares “ao vivo”? Pois é. A plataforma fechou um acordo para agregar canais com grade do grupo TF1 na França, a partir de 2026. Também anunciou uma parceria com a NASA para lives. São dois movimentos diferentes, mas que apontam na mesma direção: a empresa está, aos poucos, assumindo características de uma operadora de TV por assinatura — só que na era do streaming.

Durante anos, a Netflix foi a grande antagonista do modelo tradicional de televisão. Defendia conteúdo sob demanda, sem anúncios, com preço baixo e controle total do espectador sobre o que assistir. Hoje, já oferece publicidade, começou com transmissões ao vivo e, em breve, passará a incorporar canais de terceiros dentro de sua própria plataforma.

Na coluna Na Sua Tela desta semana, no UOL, analiso essa transformação e o que está por trás dela:

  • O acordo com a TF1, maior grupo de mídia da França, dá acesso a canais populares e conteúdos locais, o que ajuda a Netflix a cumprir as rígidas leis de investimento em produções nacionais e europeias (25% da receita no país);
  • O público do streaming TF1+ já soma 35 milhões de usuários (entre pagantes e gratuitos). Para muitos, pode fazer mais sentido assinar a Netflix — por apenas 2 euros a mais — do que manter os dois serviços separados;
  • Com canais, a plataforma também pode aumentar seu inventário publicitário. Em modelos lineares, há mais espaço para veiculação de anúncios — algo que interessa diretamente à estratégia atual da empresa.
  • No fim das contas, é uma experiência local motivada por questões regulatórias que, se funcionar, poderia ser replicada com mais canais lineares em outros mercados. Mas nem tudo é perfeito…

    Leia clicando aqui.