O fim de uma era: a Globo anunciou o encerramento do canal Viva. A partir de 9 de junho, ele será substituído pelo Globoplay Novelas. Isso mostra que a TV por assinatura morreu? Sim. Eu explico.
Lançado há 15 anos, o Viva fez um enorme sucesso. Entre os pilares da sua programação estavam novelas do passado da própria TV Globo, apelando para a nostalgia do público. Também exibiu diversos sucessos da linha de shows da emissora aberta e até outros tipos de produção. Eu mesmo vi “Dallas” e “Twin Peaks” por lá.
O fim chega em um momento em que o Viva era o segundo canal pago mais assistido de 2024, atrás apenas do SporTV. Não é pouco, mas esse universo segue minguando. A televisão por assinatura fechou fevereiro com 7,7 milhões de acessos. Há um tanto a mais que não temos visibilidade, como os que hoje assinam via plataformas OTT (como Claro tv+, Zapping etc.). Mesmo com essa soma, o total é bem menos que os quase 20 milhões no auge, em 2015.
Daqui, parece-me que o Grupo Globo está se preparando para quedas ainda maiores. Ao transformar seu principal canal de produções dramáticas e de nostalgia em um veículo para o streaming, fica claro que querem migrar essa audiência para a nova plataforma.
Tanto é que a troca está sendo chamada de “evolução”.
Se eu teria feito a mesma coisa? Talvez não. A sacada de usar o Viva para essa estratégia é perfeita, mas talvez adotasse um meio do caminho — quem sabe, renomeando o canal para “Viva Globoplay” ou algo do tipo. A marca é forte, e mantê-la, pensando até em presença digital, poderia abrir um leque de possibilidades no futuro.
Seja como for, está bem claro: a TV por assinatura se transformou em uma “amostra paga” do streaming.
Errei: a versão original deste texto falava que o fim do Viva seria “amanhã, dia 9”, mas eu me adiantei no tempo 😅. Isso ocorrerá em 9 de junho. O texto foi corrigido.
