A F1 agora é, definitivamente, um negócio de entretenimento

A Fórmula 1 concluiu ontem, 18, sua transformação final em espetáculo de entretenimento. Em um grande show em Londres, chamado F1 75 Live, a categoria revelou as pinturas das equipes para a temporada 2025 e apresentou ao público as novas duplas de pilotos – incluindo a aguardada chegada de Lewis Hamilton à Ferrari.

A justificativa oficial foi celebrar os 75 anos da categoria, mas, na prática, o evento resgatou as apresentações glamourosas que os times faziam nos anos 1990. Com a busca crescente por uma competição mais equilibrada, o limite de orçamento tornou esse tipo de show inviável – substituído, ao longo dos anos, por imagens renderizadas e press releases sem graça. Agora, os organizadores da F1 assumiram a festa.

O resultado foi positivo: mais de duas horas de transmissão ao vivo na internet e na Band Sports, direito a tapete vermelho e grande engajamento nas redes sociais – tanto dos fãs mais tradicionais quanto do público que chegou à categoria por causa da Netflix. O Grande Prêmio, inclusive, fez um react ao vivo. A imprensa especializada cobriu, claro.

Lewis Hamilton, com todo o seu estilo, desfilando no tapete vermelho do F1 75 Live (crédito: divulgação / F1)
Lewis Hamilton, com todo o seu estilo, desfilando no tapete vermelho do F1 75 Live (crédito: divulgação / F1)

De acordo com os organizadores, além das 15 mil pessoas presentes, outras 4,6 milhões assistiram à transmissão no YouTube, que teve um pico foi de 1,1 milhão de visualizações simultâneas. O corte apenas com a revelação das pinturas, em menos de 24 horas, está em quase 1 milhão de views. Isso sem contar o espaço nas TVs tradicionais e nas redes sociais. Tudo conquistado com um evento que, até outro dia, nem existia.

Isso não aconteceu da noite para o dia. Em 2016, já previa essa guinada no Judão, quando a Liberty Media havia acabado de comprar a F1. Na época, escrevi: “Sai de cena a visão de que a F1 é um esporte que precisa negociar transmissão na TV, entra a certeza de que este é um negócio de entretenimento com algo muito importante no mundo de hoje, que se chama CONTEÚDO.”

O show desta semana é a prova definitiva de que a categoria máxima do automobilismo agora faz parte, sem disfarces, da indústria do entretenimento. Os mais tradicionalistas podem até reclamar, mas é inegável que isso trouxe uma nova geração de fãs.

Aos 75 anos, a Fórmula 1 segue mais jovem do que nunca.