“Eu vejo o futuro repetir o passado”, diria Cazuza sobre o design “Liquid Glass” anunciado ontem, 9, pela Apple. O visual, translúcido, vai fazer parte de todos os sistemas operacionais da empresa a partir de setembro.
O anúncio foi na abertura da WWDC – evento da companha para desenvolvedores – e não demorou muita gente apontou semelhanças com o malsucedido Windows Vista, da Microsoft. Mas eu iria além.
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Em 2000, Steve Jobs apresentou o Aqua. Não, não era a banda da música “Barbie Girl”, mas a linguagem de design por trás do futuro lançamento do Mac OS X 10.0. A ideia era justamente trazer esse ar translúcido, uma mistura de vidro com gel, que o então CEO da Apple disse que “dava vontade de lamber”.

Essa a porta de entrada de uma revolução nos Macs, que cresceram muito a partir de um sistema operacional estável, funcional e bonito. Inclusive, tenho na minha coleção um iMac G4 com o Mac OS X 10.4 Tiger, e é bonito até hoje – mesmo considerando as mais de duas décadas que se passaram.
A concorrente Microsoft nunca admitiu, mas o Windows Vista, lançado em 2006, tinha uma linguagem de design semelhança com o Aqua, chamada de Windows Aero. A interface gráfica era translúcida, elevando ainda mais o uso de transparências. O visual (ainda que com muitas mudanças) durou até o Windows 7, de 2009, e foi descontinuado com a chegada do Windows 8, em 2012.
Confesso: o Vista tinha muitos problemas, mas eu gostava de navegar por suas janelas transparentes.
Com o iOS, macOS e os outros sistemas operacionais da “linha 26”, a Apple retoma essas ideias – dizendo que são inovadoras. Realmente, o hardware de hoje pode ir além na representação visual do que Steve Jobs queria há 25 anos. Contudo, não deixa de ser uma volta ao passado.
Pois é: como na moda, o design é cíclico – e o tempo, esse não para.