Você não tem controle sobre como seu conteúdo é consumido no streaming mobile — e o que tem valor pra você pode ter zero relevância para quem assiste.
Outro dia me deparei com uma cena muito comum: uma pessoa no ônibus assistindo a um dorama no celular. Ela nem se deu ao trabalho de virar o aparelho. Deixou o vídeo wide na vertical, com a imagem minúscula.

Mais curioso: ela pausava, pulava, voltava, tudo sem se importar com os comandos ocupando a tela e atrapalhando a visualização.
Mas, veja só… para ela, funciona. E para a Netflix também, já que mantém o usuário assistindo.
Essa é a lógica do conteúdo no vídeo sob demanda, especialmente no streaming mobile.
Tem mais: a própria produção de conteúdo precisa se adaptar. Séries, filmes e novelas hoje competem com notificações, redes sociais e qualquer distração do dia a dia. Isso muda até como roteiros são pensados. Se não gerar dopamina rápido, o espectador some — com um toque, ele vai pra outra coisa.
E aí vem a provocação: será que não é hora de pensarmos conteúdos long form feitos, desde o início, pra serem assistidos na vertical? Já tem plataforma nichada de olho nisso. Talvez seja hora de largar alguns preconceitos e aceitar um fato: tem gente que simplesmente não vai virar a tela — e ponto.