Sede da Netflix em Hollywood: a empresa mudou o entretenimento com o streaming de vídeo

Faz sentido a Netflix comprar a Warner Bros.?

Este é o novo rumor que agita a indústria do entretenimento. Segundo Dylan Byers, da Puck, haveria um movimento para a Netflix comprar a Warner Bros. — o mesmo estúdio que também despertaria o desejo de David Ellison, da Skydance, que recentemente comprou a Paramount.

Contudo, a ideia me deixa com a pulga atrás da orelha. Isso sem nem analisar a questão financeira, que merece um debate por si só.

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Pelo prisma positivo: a aquisição daria acesso a um portfólio centenário de propriedades intelectuais e a um catálogo de filmes e séries invejável — algo que a Netflix tenta construir há pelo menos dez anos. Superman, Batman, Harry Potter, “Friends e até franquias esquecidas, mas cheias de potencial, como as da Hanna-Barbera, poderiam reforçar o arsenal criativo. Fora toda a divisão de licenciamento, que aceleraria a entrada do streaming no negócio de produtos derivados.

A HBO Max também não seria um grande obstáculo. A estratégia mais simples seria encerrar o serviço e integrar tudo na Netflix, que tem mais de 310 milhões de assinaturas, contra 127 milhões da plataforma da WB. Além disso, a própria Warner Bros. Discovery já abriu caminho para uma venda, ao separar sua divisão de canais pagos em uma nova Discovery Global, junto com a CNN — um ativo que, de fato, seria um problema para a Netflix.

Caixa d'água icônica da Warner
Caixa d’água icônica da Warner: todo mundo agora parece querer o estúdio (Imagem: divulgação / Warner Bros. Studios Tour)

Por outro lado, há entraves que colocam esse rumor em xeque. A compra incluiria um estúdio comprometido com lançamentos no cinema, algo que a Netflix nunca demonstrou querer. E a Warner mantém inúmeros acordos de distribuição com terceiros. A Netflix teria interesse em manter, por exemplo, as animações no SBT ou seguir produzindo “Ted Lasso” para a Apple TV+?

Isso entre diversos outros pontos fazem esse interesse da Netflix comprar a Warner algo, no mínimo, esquisito.

Pode até haver fundo de verdade, mas tudo indica que entramos na “silly season” da nova era de fusões e aquisições entre Hollywood e o Vale do Silício: quando surgem boatos mais para movimentar o mercado do que para anunciar um negócio real. É como na Fórmula 1, quando uma equipe simula um pit stop só para obrigar o rival a trocar pneus antes da hora.

Enquanto isso, seguimos acompanhando essa corrida…