Hoje, 28, chegam ao fim os canais pagos da Disney no Brasil. Morrem Disney Channel, Star Channel, NatGeo, FX… Sem contar os que já tinham sido desativados antes, como o Disney XD. Sobra apenas a ESPN.
A decisão do grupo norte-americano vem da sua aposta no Disney+. Não é a primeira vez que tomam esse tipo de atitude para priorizar o streaming por assinatura: já encerraram a venda de mídia física e o vídeo sob demanda transacional (aluguel e compra) há alguns anos.
Do ponto de vista estratégico, não sei se o momento desse desligamento é o ideal. A TV paga ainda tem cerca de 8 milhões de assinantes, sem contar plataformas 100% online, como Zapping e Claro tv+, que não entram nessa conta. Há público para consumir, inventário publicitário para vender e, claro, uma forma de divulgar o próprio Disney+.
Claro, não estou lá, no dia a dia do grupo, para entender o real cenário.
Além disso, o linear segue relevante. Os serviços FAST, como a Pluto TV, mostraram que ainda há espaço para curadoria e exibição tradicionais dentro dos novos formatos. A Globo fez isso bem ao levar seus canais para o Globoplay, no formato também chamado de PAST. Em julho, o próprio pessoal da Disney deixou essa possibilidade aberta, como adiantei na coluna Na Sua Tela, que assino no UOL.
Poderiam integrar os sinais lineares existentes ao Disney+ para ter o melhor dos dois mundos, sem precisar reinventar nada.
Resta a nostalgia. Como esquecer aquela TV a cabo que conheci em meados dos anos 90? O canal Fox – que virou Star Channel – me apresentou a um universo de filmes e séries: “Viagem ao Fundo do Mar”, “Perdidos no Espaço”, “O Destino de Poseidon”, “Inferno na Torre”, “A Guerra dos Roses”… E, claro, “Batman”, o de 1966, que eu já conhecia de outros carnavais, mas foi ali que mergulhei no mundo das onomatopeias.
Tinha também o bloco Fox Kids, que depois virou canal próprio – e mais tarde, o Disney XD. “Power Rangers”, animações da Marvel, “Goosebumps” e por aí vai.
Tudo isso já tinha acabado faz tempo, mas a ficha caiu hoje, nesta sexta-feira de carnaval.
P.S.: para quem ficou perdido na sopinha de letras com “FAST” e “PAST”, também expliquei os formatos na minha coluna do UOL.