Se o press release ou a sugestão de pauta não trazem números ou dados concretos, a chance de virar matéria é quase zero.
Falo agora com colegas da comunicação corporativa — ou assessoria de imprensa, como preferirem.
Com frequência, eu recebo releases cheios de afirmações genéricas — mas sem um dado sequer pra sustentar o que está sendo dito. O clássico: “o negócio cresceu, mas não posso contar quanto”.
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Eu entendo bem o outro lado. Já estive nele em diversos momentos da minha carreira. Sei o quanto é difícil equilibrar a pressão por resultados com o medo (muitas vezes exagerado) de abrir informações ao mercado. Mas como repórter, não posso me basear só na boa-fé da fonte. Além disso, preciso dar ao leitor, espectador ou ouvinte elementos concretos para entender o que está sendo noticiado.
Se as vendas cresceram, cresceu quanto? Como isso se compara com o mercado? Qual é o impacto?
Se o programa reciclou muito, quanto exatamente? Isso representa qual percentual do total?
E assim por diante.
Em ambiente saturado de informação, dados concretos são diferencial competitivo. Sem eles, perde-se também a chance de construir reputação e autoridade sobre aquele tema.
Claro, há exceções — como fusões e aquisições cujo valor não pode ser divulgado, ou o lançamento de um novo produto, marca, entre outros. São casos em que a notícia se impõe por si só, embora um bom número sempre ajude.
Em outras situações, vale o exercício: se você fosse o jornalista do outro lado, publicaria esse texto?
Se a resposta for “não”, o que está faltando no seu press release?
Assuma o olhar de repórter dentro do seu cliente ou empresa. Essa é a base de qualquer boa estratégia de comunicação.
Imagem de destaque gerada por IA.
