A Netflix colocou o Brasil no centro das atenções ao divulgar seu balanço mais recente. Atribuiu a queda na margem operacional a uma disputa tributária em nosso país, envolvendo o STF.
Mas o problema vai além. Mesmo com a receita crescendo 17%, a maior alta desde 2022, a margem caiu e o lucro ficou US$ 400 milhões abaixo das expectativas. O caixa só pareceu mais folgado porque a empresa reduziu investimentos em novas produções — menos risco em roteirizados caros, mais espaço para produções baratas, publicidade e transmissões ao vivo.
É isso, junto com o avanço dos vídeos criados por inteligência artificial na internet, que preocupa os acionistas — e não apenas o sistema tributário brasileiro (que, convenhamos, é complicadíssimo).
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Nesse espaço, a Netflix redesenha seu modelo de negócios. O tripé que se impõe combina publicidade, licenciamento e eventos ao vivo. No balanço, a companhia anunciou o maior upfront de sua história, fechou acordos de licenciamento de “Guerreira do K-Pop” com Mattel e Hasbro e celebrou a luta entre Canelo Álvarez e Terence Crawford, que atraiu 41 milhões de espectadores. Tudo isso enquanto aposta em novas ferramentas de publicidade digital, integrando DSPs como o da Amazon, e em aplicações práticas de inteligência artificial em produções e formatos comerciais.
Ou seja: a cortina de fumaça fiscal serve para encobrir uma transição muito maior. Enquanto todos falam do “custo Brasil”, a Netflix reconfigura seu modelo de negócios.
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