Há 25 anos (mais ou menos)*, nascia um dos sites que revolucionaria o jornalismo e a cobertura de cultura pop no Brasil. Era o começo do JUDAO.com.br — um quarto de século (!).
A internet era outra naquela época. De um lado, a mídia tradicional tentava replicar na “grande rede de computadores” o jeitão do impresso. Do outro, a molecada — que representava boa parte dos usuários — criando páginas no Geocities. Eu, inclusive, era um deles.
E tinha uma galera produzindo a PutaQuePariu.com, uma das primeiras referências que rompia a dicotomia. 😉
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Foi aí que veio a sacada do Thiago Borbolla, o Borbs — meio que sem saber o que estava fazendo. Ele juntou tudo isso no que definiu, um dia, ser uma “Capricho para meninos”. Surgia o Cu do Judas, em uma irreverência e audácia que só se tem aos 16 anos. Era o site que, anos depois, seria conhecido como Judão.
O Borbs sabe o quanto sou grato por ele ter tido essa ideia — e por ter me chamado pra fazer parte do time.
O Judão falava de filmes, séries, games, HQs… cultura pop, no geral. Mas sempre com aquele jeito descontraído, na linguagem de quem escrevia (e de quem lia). A tal da “cultura pop com senso de humor”.
Ficou 20 anos no ar. Eu estive lá por quase 12. Fizemos coberturas internacionais, entrevistamos muita gente relevante, demos furos exclusivos, visitamos sets, contextualizamos, contestamos, questionamos. Passamos por portais como MTV, Terra, R7… Tivemos audiência, relevância.
E tudo isso sem grande infraestrutura. Na raça. Quando ainda nem existiam regras sobre “como fazer internet”.

Nesse tempo, foi curioso ver o quanto influenciamos o restante da web. Muita gente passou a fazer o mesmo tipo de cobertura de cultura pop — com a mesma linguagem.
Em algum momento, veio a nossa própria maturidade. A vontade de fazer diferente. O Judão rompeu com aquilo que ajudou a fundar, e passou a focar numa cobertura mais aprofundada, olhando além do hard news. Antecipamos muita coisa que hoje é chamada de tendência: conteúdo mais humano, em plena era da IA.
Não escondo: minha atual coluna no UOL é descendente direta disso.
O Judão “morreu” aos 20 anos, em 2020. Vida longa ao Judão.
*Confesso que nunca perguntei ao Borbs exatamente quando o Judão foi fundado — para além da brincadeira do 8/8. Mas isso importa? Seja como for, aqui tem a versão dele dessa longa história.
Para quem quiser acompanhar o meu olhar sobre a trajetória do JUDAO.com.br, é só clicar aqui.